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Produção de Aurélio recebeu Menção Honrosa no Festival Internacional de Documentários /Imagem: reprodução

 

Por Náferson Cruz | Amazônia 360º


Assinalado pelo testemunho da escravidão e do genocídio indígena, cometido por empresas extrativistas inglesas que invadiram a Amazônia, o filme-documentário “Os Segredos do Putumayo” do cineasta amazonense Aurélio Michiles evidencia as mais lamentáveis e revoltantes histórias da humanidade, por meio de entrevistas, arquivos e reconstituições.

O longa cinematográfico de Michiles, que tem em sua base estrutural os caminhos da histórica expedição do irlandês Roger Casement pela floresta amazônica entre 1864 a 1916, recebeu, Menção Honrosa na 25ª edição do Festival Internacional de Documentários “É Tudo Verdade – 2020”.

Casos ocorridos no período áureo da borracha também são retratados no documentário, como a denúncia de maus-tratos contra populações indígenas durante o trabalho de coleta de 4 mil toneladas de borracha na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia, que culminou com a morte de 30 mil indígenas.

Enredo

Por telefone, o jornalista Náferson Cruz conversou com o Aurélio Michiles. O cineasta contou que o enredo da história parte do momento que a Amazônia está no centro mundo, no auge do Ciclo da Borracha.

“Foi uma época em que tudo começou a se fomentar e andar mais rápido, foi uma revolução no processo de ‘higienização’ das cidades colombianas, peruanas e brasileiras, com investimentos em commodities que revolucionaram o mundo. E, diante de tudo isso, houve uma extensão na exploração da borracha e, consequentemente, a mão de obra forçada pela violência extrema e aterrorizante”, relata.

Um relatório produzido anos depois, batizado de “Diário da Amazônia”, publicado no parlamento britânico, escandalizou o mundo, colocando Roger Casement como um dos pioneiros a tratar sobre a violação dos direitos humanos na região.

“Casement tinha extrema confiança do império britânico, era um Sir, cavaleiro do rei e foi a partir de seus registros à época que passamos a estudar e elaborar o documentário. Roger saiu do Rio de Janeiro até o Alto Putumayo de navio e constatou que tudo que haviam relatado a ele era verdade, uma matança destemida”, detalhou Michiles.

Produções amazônicas

O premiado cineasta amazonense traz em sua trajetória uma diversidade de filmes históricos sobre a Amazônia. Destacam-se: “O Cineasta da Selva”, de 1997, e “Tudo por Amor ao Cinema”, em 2015, sobre a vida de Silvino Santos, pioneiro no cinema da região e a homenagem a Cosme Alves Netto, diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro durante a ditadura militar.

 

 

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Rodrigo Rivera