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Os resultados da pesquisa poderão subsidiar políticas públicas voltadas à proteção da saúde dos brigadistas que atuam no combate a incêndios florestais na região amazônica

SANTARÉM (PA) – Brigadistas da Floresta Nacional do Tapajós (PA) participaram de um estudo inédito que avalia os impactos do combate aos incêndios florestais na saúde dos brigadistas na Amazônia, conduzido por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). A pesquisa faz parte do projeto “Avaliação da exposição ocupacional e potenciais impactos à saúde de brigadistas florestais do Estado do Pará”, que está em andamento desde setembro de 2024. 

Para realizar a pesquisa, os pesquisadores analisam biomarcadores de exposição, efeitos e estresse oxidativo em 250 participantes, incluindo brigadistas florestais contratados, voluntários e comunitários. O estudo também investiga o perfil metabólico, proteico e genético dos participantes e realiza uma análise da composição química da fumaça e das cinzas dos incêndios para avaliar sua toxicidade e os riscos à saúde. 

Apesar de não terem sido registrados incêndios na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós no último ano, brigadistas do Instituto Chico Mendes prestaram suporte no combate a focos de incêndio na comunidade ribeirinha de São Sebastião, dentro da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, em Porto de Moz. Durante essa atuação, os pesquisadores coletaram amostras biológicas dos brigadistas e amostras ambientais para análise. 

Coleta de dados 

A pesquisa contempla três eixos temáticos principais: levantamento do perfil dos brigadistas, realizado por meio de inquérito sobre saúde, histórico ocupacional e relações de trabalho; análise ergonômica das atividades desenvolvidas durante o combate aos incêndios; e monitoramento da exposição a poluentes, com coleta de amostras de ar e análise de biomarcadores em sangue e urina. Os dados serão comparados entre brigadistas formais, voluntários e trabalhadores administrativos, buscando identificar possíveis diferenças nos impactos à saúde entre esses grupos.

O projeto é coordenado pela professora Kelly Olympio, da FSP/USP, que também lidera o grupo de pesquisa eXsat. A iniciativa conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, processo 2023/04212-4) e parcerias com diversas instituições, incluindo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama/PrevFogo, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Oeste do Pará, Instituto Evandro Chagas, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, de Portugal, Instituto de Pesquisas Ecológicas e Ministério da Saúde. 

Os resultados da pesquisa poderão subsidiar políticas públicas voltadas à proteção da saúde dos brigadistas que atuam no combate a incêndios florestais na região amazônica. Além disso, as informações geradas poderão contribuir para o desenvolvimento de diretrizes de vigilância e segurança ocupacional específica

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Rodrigo Rivera