Dados do sistema Deter-B registraram uma área de 555 km2 sob alertas de desmatamento na Amazônia em novembro, um aumento de 123% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os dados divulgados nesta sexta-feira, trazem o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 2015, perdendo apenas para o segundo ano do regime Bolsonaro, em 2020, quando a área desmatada em novembro chegou a 563 km2.
O acumulado de alertas de agosto a novembro atingiu 4.574 km2, recorde da série histórica. Já é maior inclusive que todo o período de agosto a dezembro de 2020, que registrou 4.476 km2. Como a taxa de desmatamento na Amazônia é medida sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, o estrago será herdado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, na taxa de 2023. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado é de 51%.
Lidera o ranking da destruição da Amazônia o estado do Pará (26%), seguido de Rondônia (21%) e Mato Grosso (19%). No acumulado entre janeiro e novembro de 2022, houve recorde da série histórica: 10.049 km² de destruição, número que já supera o total de alertas de desmatamento de qualquer ano anterior medido pelo sistema.
O município com maior área desmatada nos últimos quatro meses foi Lábrea, no Amazonas, com 209 km2. Lábrea é uma das cidades que ficam no eixo da BR-319 (Manaus-Porto Velho), obra da ditadura militar que o governo Bolsonaro retomou – a licença prévia para o asfaltamento da rodovia foi concedida em junho, atropelando pareceres de técnicos do próprio Ibama. O aumento do corte raso na região é explicado pela expectativa da obra, que corta o maior bloco de florestas intactas do bioma.
*Com informações do Ciclovivo